Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo registraram aumento expressivo em 2024, crescendo proporcionalmente 11 vezes mais do que as uniões entre homens e mulheres. No total, foram 12,2 mil celebrações homoafetivas no ano, de acordo com a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. O levantamento reúne dados de mais de 8 mil cartórios do país e não inclui uniões estáveis.

Este foi o quarto ano consecutivo de alta nas uniões homoafetivas. Desde o início da série histórica, em 2013 – ano em que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ editou a Resolução 175, proibindo cartórios de recusar casamentos entre pessoas do mesmo sexo – os números vêm apresentando trajetória de expansão, após oscilações pontuais durante a pandemia.

O aumento foi puxado principalmente pelos casamentos entre mulheres, que somaram quase 7,9 mil registros em 2024, alta de 12,1% em relação a 2023. Entre homens, foram pouco mais de 4,3 mil celebrações, crescimento de 3,3% – resultado que reverte a queda observada no ano anterior.

Mesmo com o avanço registrado em 2024, o total de casamentos no país – 949 mil – permanece inferior ao patamar pré-pandemia. De 2013 a 2019, o Brasil registrava mais de 1 milhão de celebrações por ano.

A taxa de nupcialidade também segue em queda: são 5,6 casamentos por 100 mil habitantes com 15 anos ou mais, contra 7,1 em 2014. Rondônia (8,9) e o Distrito Federal (8,4) têm as maiores taxas; Piauí (3,2) e Sergipe (3,7), as menores.

O estudo revela ainda que os noivos têm esperado mais tempo para oficializar a união. Entre casais heterossexuais, a idade média dos solteiros que se casam passou de 27,8 anos (homens) e 24,9 anos (mulheres) em 2004 para 31,5 e 29,3 anos, respectivamente, em 2024.

Entre casais do mesmo sexo, o casamento também ocorre mais tardiamente: homens se casam, em média, aos 34,7 anos, e mulheres, aos 32,5 anos.

O país registrou, em média, 79 mil casamentos por mês em 2024. Dezembro permanece como o período favorito dos casais, com 103,5 mil celebrações – o único mês que supera a marca de 100 mil registros.